"Nin" é o termo que mais escutamos quando iniciamos na prática de Artes Marciais Bujinkan.
Mas o que isso significa de verdade?
Acredito que a cada dia que passa sinto que os conceitos de Budō vão se transformando em conceitos de vida e os de vida em Budō, até chegar ao ponto de não saber se estou pensando em Budō ou na vida. A verdade é que são a mesma coisa.Muitos Budōkas infelizmente não compreendem este conceito e acabam caindo em algumas "armadilhas do destino". Por isso compartilho com vocês alguns pensamentos e vivências.
Alguns homens, quando passam por problemas, tentam resolvê-los interrompendo todas as outras funções para que estejam mais focados, desta forma pensam que podem "aniquilar" tal desafio, mas infelizmente isso vai contra muitas leis naturais e contra diversos conceitos que envolvem o Budō. Não funcionamos como um computador que entra no modo de segurança para resolver problemas internos (ligando apenas as funções vitais), não somos máquinas, somos seres humanos, seres sociais. Ao focar-se demais em um problema, você o torna ainda maior, esse inimigo vai ganhando força, músculos, armas, tentáculos e por ter focado muito nele, será derrotado. A maioria dos Budōkas aprenderam isso com uma derrota (posso me incluir nessa estatística), a verdade é que o Kyojitsu não ensina o engano, mas sim as múltiplas facetas de um Katá ou de uma questão, enxergar o Ura Gata é muito importante para compreender o todo e ao mesmo tempo não se focar em um ponto hipnótico. A prática, os amigos e a família são essenciais para o crescimento de qualquer Budōka, o Tatami reflete como somos na vida, lá podemos inclusive fazer uma pausa (muitas vezes sem volta), mas na vida não temos essa opção, não existe o famoso "para! Eu quero descer". Enquanto estiver vivo, não terá outra opção, fato. Então porque não levar isso ao seu treinamento marcial, já que esse é um reflexo da sua vida?
Roberto Corrêa de André |
Se for um guerreiro, extirpe seus sentimentos através do suor da prática e siga adiante!Isso é paciência pra mim... Hoje.
Por Roberto Corrêa de André
24/01/2012